A tireoide é uma glândula localizada na parte central e inferior do pescoço, logo abaixo do pomo de adão (cartilagem da laringe), popularmente conhecido como "gogó". Em forma de borboleta, toda vez que ocorre o movimento de deglutição, ou seja, que você engole, ela se movimenta para cima e para baixo junto com a laringe.
Nessa glândula são produzidos dois hormônios, o T3 e o T4, fundamentais para que todas as células do corpo funcionem de maneira equilibrada. Responsáveis por nosso metabolismo, também têm interferência direta nos batimentos cardíacos, na temperatura do corpo, memória, disposição, pele, unha, cabelos, nos movimentos intestinais e outros.
Quando a tireoide não está funcionando adequadamente, ela pode liberar hormônios em quantidade insuficiente, quadro conhecido como hipotireoidismo, ou em excesso, chamado de hipertireoidismo.
Os nomes podem até ser parecidos, mas as doenças são justamente o oposto uma da outra. Segundo a endocrinologista do Corpo Clínico do Hospital Monte Sinai Célia Novaes, "enquanto no hipotireoidismo a glândula da tireoide faz com que todo o organismo trabalhe lentamente, no hipertireoidismo a mesma glândula faz com que o nosso corpo funcione rápido demais".
Como os excessos nunca são positivos, em ambos os casos a tireoide adoece. Por isso, dê atenção à sua tireoide e saiba quais são os principais sintomas de cada tipo de disfunção.
Hipotireoidismo:
Hipertireoidismo:
Três vezes mais frequentes nas mulheres do que nos homens, as doenças tireoidianas podem acontecer em qualquer fase da vida, desde o recém-nascido, até o adolescente, adulto ou idoso. "Elas aparecem principalmente em quem possui predisposição genética. Por isso, quem tem histórico familiar de disfunções na tireoide é importante ficar atento, pois tem chances de desenvolver também", enfatiza Célia Novaes. Nestes casos, é recomendável consultar-se com um endocrinologista para investigação pelo menos uma vez por ano.
O diagnóstico é feito através de exames de sangue, medindo os níveis de TSH. Geralmente os ginecologistas já solicitam dentre os exames de rotina para verificar os hormônios, e o ultrassom de tireoide.
Além do excesso e da falta de hormônios, estima-se que 60% da população brasileira tenha nódulos na tireoide em algum momento da vida. Mas, segundo a endocrinologista, em até 95% dos casos os nódulos são benignos (nos homens a incidência de malignidade é maior). Os nódulos são mais comuns com o passar da idade, por isso toda mulher a partir da faixa etária dos 40 anos precisa fazer o ultrassom.
O ultrassom de tireoide é extremamente importante para avaliar a presença de nódulos tireoidianos, principalmente os não palpáveis. Informações como tamanho, localização dentro da glândula e características dos nódulos norteiam as decisões cirúrgicas, assim como servem para o acompanhamento clínico dos mesmos. O Doppler, associado ao ultrassom, fornece informações sobre a vascularização dos nódulos, que podem aumentar as suspeitas de malignidade.
Tratamento do hipotireoidismo
O hipotireoidismo não tem cura e deve ser controlado por meio da reposição hormonal, com dosagem específica para cada caso. O tratamento costuma ser prático, sem efeitos colaterais e deve ser mantido durante toda a vida para, dessa forma, prevenir a volta dos sintomas e consequências mais graves.
Tratamento do hipertireoidismo
O tratamento dessa condição pode incluir medicamentos, iodo radioativo e cirurgia. "No mundo inteiro atualmente, o tratamento preferencial é o de iodo radioativo, utilizado em 98% dos casos", explica a médica Célia Novaes. "Ao contrário do hipotireoidismo em que basta controlar a disfunção, o hipertireoidismo é uma doença grave, que precisa ter o seu tratamento iniciado logo após o diagnóstico da doença. Isso porque todo o organismo está acelerado demais, havendo o risco de diversas complicações como arritmias cardíacas, hipertensão, fibrilação, infarto e osteoporose que podem levar à morte do paciente", completa a endocrinologista.
Existem vários tipos de tireoidite, que é uma inflamação da glândula, mas a mais comum é a tireoidite autoimune. As dores na região cervical variam muito de intensidade, desde leve a muito intensa e, às vezes, é confundida com uma dor de garganta, mas que passa sozinha.
A tireoidite tem na maior parte das vezes uma recuperação espontânea. Ela normalmente é recorrente, cada episódio lesa parte das glândulas da tireoide levando ao hipotireoidismo definitivo. É importante o acompanhamento com exames de sangue e ultrassom durante o período da tireoidite e depois anualmente.
Durante os episódios de tireoidite, às vezes, é necessário o uso de analgésicos, anti-inflamatórios e analgésicos, e raramente outros tipos de medicamentos. Para correto diagnóstico consulte sempre um profissional de saúde.
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