Monte Sinai inaugura primeiro Centro de Coleta de Células-tronco de Minas

A Medicina já se prepara para acolher cada vez mais a longevidade. O número de idosos no Brasil deve ultrapassar o de crianças em 2030, de acordo com o Ministério da Saúde e dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas não basta às pessoas viverem mais, o esforço é para que também vivam melhor, com mais qualidade de vida. 

Doenças, hoje, incuráveis como Alzheimer, Esclerose Múltipla, lesões da medula espinhal, doença de Parkinson, diabetes, lesões cardíacas, lesões ósseas e muitas outras condições poderão ter uma nova forma de tratamento.

O Monte Sinai inaugurou oficialmente, com as primeiras coletas realizadas recentemente, o primeiro Centro de Coletas de Células-Tronco de Minas Gerais. Este é um passo importante na Medicina Regenerativa que passa a ter o Hospital como uma referência de atuação numa área da Ciência que já dá suporte a pesquisas e procedimentos da terapia celular avançada, em franco desenvolvimento em todo o mundo.

Este passo estratégico do Monte Sinai nasce de uma importante parceria com a R-Crio – Centro de Processamento Celular, especializado em isolamento, expansão e armazenamento de células-tronco mesenquimais em condições de uso para tratamentos de saúde, sediada em Campinas (SP) – e com a ANADEM – Sociedade Brasileira de Direito Médico e Bioética. “Com o correto emprego das técnicas de extração e armazenamento, estará garantida a qualidade e a multiplicação do material. O melhor momento de se coletar é agora. A célula de hoje tem qualidade superior a de amanhã”, afirma o cientista José Ricardo Muniz Ferreira, líder da R-Crio. O responsável pela articulação da parceria é o diretor de Novos Negócios do Hospital Monte Sinai, Dr. Gustavo Ramalho, “eu acredito no futuro de um universo inexplorado que está disponível em nosso organismo. Este remédio está dentro de nós. Basta sabermos onde coletar, como explorar e utilizar para que seja uma solução para tratamento de doenças degenerativas que, tanto nos afligem assim como problemas de saúde, hoje, sem cura”.  

A tecnologia – As células-tronco mesenquimais coletadas possuem capacidade para reparar e reconstruir tecidos sólidos do corpo humano. Diferente das células-tronco hematopoiéticas (de origem sanguínea, e restritas ao uso em doenças relacionadas ao sangue) como do cordão umbilical ou extraídas para procedimentos hemoterápicos como transplante de medula óssea), estas células-tronco chamadas mesenquimais podem ser obtidas do dente de leite, do céu da boca ou da gordura (obtida de lipoaspiração) e possuem grande potencial de multiplicação e de se transformarem em qualquer célula do corpo humano. 

O processo – coletadas no Centro disponível no Monte Sinai, por dentistas treinados, em ambiente controlado, as células de dente de leite ou do palato (céu da boca) e para transporte, em condições adequadas, para Campinas, onde no Laboratório da R-Crio serão isoladas do material original, cultivadas e multiplicadas, submetidas a uma série de testes de qualidade para garantir seu uso futuro em humanos. Em Campinas, elas são armazenadas em nitrogênio líquido (criopreservadas) onde o metabolismo é paralisado até que possam ser utilizadas. A R-Crio patenteou todo o ciclo, desde a coleta ao teste das técnicas em desenvolvimento, pois é um centro de tecnologia celular, especializados e voltados à Ciência. A Anadem contribui com o apoio no processo mercadológico da comercialização do processo. A entrada do Monte Sinai na parceria como um Centro de Terapia Celular, faz dessa união uma solução completa ao mercado.