No mês da Prematuridade, um pequeno herói mostra sua forca

Pedrinho é o nosso novo personagem do quadro Pequenos Heróis, onde o site do Monte Sinai apresenta grandes miniguerreiros que nos comovem com sua luta pela vida, especialmente na UTI Neonatal, de onde saem nossas histórias mais fantásticas.

Apesar de Pedrinho ter síndrome de down, este nunca foi o maior problema desta gestação. Com 17 semanas, o casal Marcela e Patric Lasmar descobriu uma CIUR, sigla de Crescimento Intra-Uterino Restrito, uma condição que define o feto que não consegue atingir o seu potencial genético de crescimento e está associada a diversas doenças e síndromes. Com um quadro muito diferente de padrões conhecidos, médicos e família iniciaram uma série de investigações, inclusive com pesquisa genética para avaliar como avançar com a gravidez, pois o período era precoce demais para tentar o parto. E, além de um problema na placenta, havia o risco de ser uma síndrome incompatível com a vida.

Dificuldades e alívios

“Descobrir que a síndrome que ele tinha era a de down (na 20ª semana) foi um grande alívio, pois isso era maior garantia de tornar o nascimento viável, a preocupação seria levar a gravidez o mais longe possível”, conta Marcela. Mas o crescimento dele era muito abaixo da curva para a idade gestacional. Já sabíamos que deveríamos evitar o risco de sofrimento fetal e precisaríamos estar preparados para as consequências do parto precoce. Redirecionamos nossas expectativas para continuar com a tentativa do desenvolvimento do Pedrinho na UTI Neonatal.”.

E assim, o espírito guerreiro de Pedrinho se apresentou. A gestação chegou à 32ª semana, mas ele nasceu com o tamanho de 28 semanas e menos de um quilo, com 925g. Ele passou 84 dias na UTI Neonatal e viveu este período, praticamente, sem complicações. Era esperado que fosse ser intubado, mas não foi preciso. Já em ventilação ambiente, ele fez oscilações de saturação por duas semanas, mas se recuperou. A maior dificuldade do seu quadro, que também foi descoberta previamente durante a gestação e para a qual a família também se preparou é uma CIV, uma Comunicação Interventricular,uma doença cardíaca também esperada em bebês síndrômicos.

Marcela, já é mãe de um casal, de sete e três anos, e se diz uma pessoa privilegiada com o Pedrinho. “Se por um lado esta foi uma gestação muito difícil, com muitas preocupações, exames, cuidados, por outro lado eu já sabia que enfrentaria dificuldades após o nascimento, ao contrário de muitas mães que são surpreendidas pelo susto de um parto prematuro. Eu só sou mãe de primeira viagem na prematuridade, mas para todo o restante foi possível eu me preparar”.

Estrutura adequada e planejamento fizeram diferença

O hospital foi escolhido previamente pela indicação do obstetra de Marcela, Dr. Alexandre Ronzani, que confia plenamente na estrutura e tecnologia do Monte Sinai, nos recursos técnicos e na capacidade da equipe da Neo. Com histórico e caso tão difíceis, o obstetra foi monitorando as previsões de parto com os coordenadores da UTI; estes prepararam a equipe para receber Pedrinho, e o parto foi marcado com 24 horas de antecedência, permitindo que todos os profissionais que precisavam ser mobilizados, pudessem estar presentes.

“Já sabíamos da doença cardíaca e esta é nossa maior preocupação hoje”, pontua a mãe. Ele tem indicação de cirurgia e está sendo acompanhado pela mesma cadiopediatra desde a internação na UTI Neonatal, mas precisa ter o peso mínimo viável para o procedimento. E, enquanto isso, a família redobra cuidados para evitar mesmo doenças simples como gripes, que possam sobrecarregar a drenagem do pulmão e, por consequência, o coração. Agora, em casa há um mês, Pedrinho já está com três quilos, tendo ganhado um quilo depois da alta.

Gratidão

Marcela já manifestou sua gratidão para a equipe da UTI, deixou textos e se expressou, mas fez questão de reforçar: a equipe da Neo é um espetáculo. “Foi brilhante o tempo todo, mostrando que tecnicamente todos sabiam o que estavam fazendo, as técnicas de enfermagem foram impecáveis também no carinho e na atenção com Pedrinho 24 horas. E, no Hospital, todos foram excelentes, do porteiro à higiene e limpeza, além da Maternidade, onde fui plenamente acolhida e amparada. Eu posso dizer que vi o atendimento humanizado acontecer na prática. Nos sentimos muito seguros e acolhidos”, conclui ela.