Nova prótese para fechamento do apêndice atrial esquerdo reduz risco de AVC em pacientes de fibrilação atrial

A técnica que permite implantar uma nova prótese oclusora no apêndice atrial esquerdo, também chamado auriculeta, foi realizada pela primeira vez no Monte Sinai pelas equipes de Cardiologia Intervencionista e Eletrofisiologia, na Hemodinâmica do hospital.
O procedimento é necessário para os pacientes de fibrilação atrial que são resistentes ou não podem mais receber medicação de anticoagulação, que têm sangramentos ou já fizeram fenômeno tromoembólico (AVC, derrame) em uso de anticoagulantes.
O procedimento já é realizado no Monte Sinai, mas a nova prótese (Amulet®) tem a vantagem de permitir a suspensão imediata da medicação (anticoagulante), enquanto o anterior ainda exigia a retirada gradual em quatro semanas. Na estrutura, a prótese também é diferente, possui duas lâminas: um lobo que é afixado dentro do apêndice e um disco que o recobre. Depois eles vão ser epitelizados (formar tecido) sobre o orifício (óstio).
A primeira paciente que recebeu a nova prótese no Monte Sinai já estava internada há vários dias e com episódios de sangramento recorrentes. O procedimento foi realizado pelos cardiologistas intervencionistas Gustavo Ramalho e Gibran Bhering Nascif, pela eletrofisiologista Ana Claudia Venancio e com apoio do proctor Edgard Quintella. O procedimento é minimamente invasivo, iniciando com uma pequena punção na artéria femural e a prótese levada por cateter até o coração. Eles conduzem o implante até a o átrio esquerdo e ele colocado no apêndice – que é fisiológico na estrutura do coração. A prótese fecha o orifício, evitando em até 90% o risco de formação de coágulos que se formam a partir daquela área. Durante todo o procedimento, os especialistas contaram com o apoio de um ecocardiografista, e neste primeiro caso, Dr. Júlio Lovisi utilizou um moderno aparelho de Eco3D, garantindo ainda mais qualidade de imagem ampliando ainda mais a segurança do procedimento.

O que é a Fibrilação Atrial? 

A fibrilação atrial é um dos tipos de arritmias cardíacas mais comuns, afetando mais de sete milhões de pessoas em todo mundo. Esta arritmia cardíaca se caracteriza pela desorganização da atividade elétrica dos átrios (câmaras superiores do coração) e promove uma perda da contração atrial.

Sua associação ao Acidente Vascular Cerebral (AVC ou derrame) ocorre pelo fato de que predispõe a formação de trombos (coágulos) dentro dos átrios do coração devido a incapacidade dessas câmaras cardíacas bombearem corretamente o sangue, especialmente em pacientes com fatores de risco (idosos, coração dilatado, pressão alta, diabetes etc.) e pela insuficiência cardíaca (coração fraco).