Plasmaférese: apoio terapêutico às polineuropatias

Plasmaferese (ou plasmaférese) terapêutica é um procedimento de alta complexidade, disponível no Monte Sinai desde 2018, mas ainda pouco conhecido. Ele ajuda pacientes em crise em alguns tipos de doenças, a maioria autoimunes, de origem hematológica e neurológica. Três casos recentes mostraram resultados favoráveis em neuropatias. O de efeito mais preciso foi um paciente jovem com Síndrome de Guillain Barrè (SGB) que chegou praticamente paralisado ao ser internado e precisou de cuidados intensivos. Por ser esportista, apresentou resultados muito bons possivelmente pela memória muscular.

Uma vez que é comum a fraqueza muscular permanecer por mais tempo após o procedimento, o paciente vai requerer fisioterapia e acompanhamento multiespecialidade, para acompanhamento da doença de base, lembra a hematologista Marina G. D. Giffoni dos Santos, especialmente com apoio da Fisioterapia. Esta é uma das doenças em que a plasmaferese, praticamente, oferece cura.

Dra. Marina acompanhou os demais pacientes mais recentes, reforçando que em várias patologias a terapia é uma alternativa paliativa, visando retirar os anticorpos que atacam o organismo para refrear sintomas muito agudos, buscando a melhoria da qualidade de vida.

Em um dos casos atendidos, pela primeira vez, no Monte Sinai, a plasmaferese buscou ajudar uma paciente de uma síndrome rara, chamada Stiff Person, ou síndrome da pessoa rígida, que ganhou evidência recentemente por ter como portadora a cantora Celine Dion. A paciente, Débora Calana, sofre com os sintomas desta doença autoimune, que ataca o sistema nervoso central causando rigidez e espasmos musculares progressivos, desde 2012, mas seu diagnóstico definitivo foi recente. A plasmaferese, na indicação atual, foi utilizada para mitigar, em especial, os sintomas que afetam a locomoção. Ela já havia passado pela plasmaferese antes.

A paciente mais recente no uso da terapia no hospital tem Esclerose Múltipla. Lidiane Aparecida da Silva, de apenas 23 anos, teve diagnóstico recente e já estava com sintomas agudos da doença, ela foi internada sem mobilidade nas pernas, especialmente, e já recuperou os movimentos depois da segunda sessão de plasmaferese. Ela teve alta do procedimento em ótimas condições em relação aos sintomas locomotores desde que foi internada. Mas a plasmaferese, também neste caso, cumpre a função de tirá-la de uma crise grave, visando condições quase normais de vida, por um período razoável de tempo, mas sem a capacidade de curar a doença e sem efeitos definitivos imediatos.

Dra. Marina explica que a indicação da terapia é individualizada, mas por retirar no organismo 75% a 86% dos anticorpos da doença de base, há uma recuperação que surpreende os pacientes que chegam muito debilitados para as sessões. O acompanhamento de especialistas é fundamental, pois junto com os anticorpos da doença autoimune, há perda de anticorpos “bons” e outros componentes. Mas o resultado esperado, em geral, é um alívio para o paciente.

Nos três casos, e na maioria das polineuropatias periféricas, é usada albumina humana, em vez de plasma. A hematologista explica que ela é um componente do plasma do sangue processado pela indústria farmacêutica. E não se usa, nestes casos, plasma por não haver distúrbios de coagulação. Em doenças hematológicas, pode ser usado o plasma se há necessidade de recompor os fatores de coagulação, como no Púrpura TrombocitopênicaTrombótica (PTT), por exemplo, que provoca acidente vascular cerebral hemorrágico, sendo uma doença muito grave e que precisa praticamente usar a terapia de emergência.

A albumina oferece mais segurança ao procedimento para doenças de base neurológica, pois se o paciente tiver indicação para 15 albuminas, se fosse usado o plasma, seriam 15 bolsas de pessoas diferentes e anticorpos variados.