Thomas, prematuro extremo é mais um caso feliz da Neo

Prematuro extremo nascido com menos de 700 gramas, Thomas é mais um caso feliz da UTI Neo do Monte Sinai

“Gostaria de parabenizar e agradecer a equipe da UTI Neonatal pela eficiência e dedicação. Prematuro nascido com 26 semanas, 690 gramas, tendo alta em ótimas condições, após 3 meses de internação. Muito bom para nós obstetras termos uma equipe como esta como retaguarda”, elogia o obstetra Dr. Alexandre Ronzani.

Thomas é mais um pequeno (grande) herói da UTI Neonatal do Monte Sinai. Após difícil jornada de 93 dias de cuidados intensivos, sua recuperação emocionou a equipe. Prematuro extremo, ele nasceu com 695 gramas e chegou a pesar 520, precisando utilizar parâmetros altíssimos em ventilação mecânica, além de desenvolver uma retinopatia, um problema de visão. “Ele teve várias das intercorrências inerentes à prematuridade, precisou fazer uso de antibióticos por longos períodos, de oxigênio, teve broncodisplasia, precisou de sucção, estimulação motora e neurológica, até a aceitação da dieta e o ganho ponderal (de peso) para a alta”, explica um dos coordenadores da Unidade, Isaac Arana. “Ele inclusive respondeu muito bem à fotocoagulação, realizada pelo oftalmologista Emerson Badaró, ainda na UTI. Thomas agora só precisará de acompanhamento, mas foi mais um caso de sucesso”, comemora.

A família veio de Cataguases para buscar tratamento no Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora, referência em UTI Neonatal. A mãe, Rosária Moura Theodoro, também uma guerreira, é quem conta sua saga e a de Thomas: um pós-parto difícil e uma grande luta para levar o bebê a salvo para casa. “Ele é meu milagre”, diz ela. Também mãe de Enzo, hoje com três anos – que, apesar de ter nascido com 35 semanas de gestação, não precisou de internação -, Rosária já passou por uma experiência traumática com a pequena Estella, que não sobreviveu. “Como no caso de Thomas, ela nasceu de 25 semanas e 5 dias de gestação, de cesárea, também num caso de bolsa rota (quando a bolsa amniótica onde o bebê se encontra rompe antes de começar o trabalho de parto), mas que, depois de quatro dias numa UTI sem recursos, se foi”.

Rosária sabia que o parto de Thomas se anteciparia por que teve insuficiência istmocervical (incapacidade do colo uterino de manter uma gravidez), e realizou cerclagem com 12 semanas, que é uma intervenção que tenta evitar o episódio de um aborto tardio. Parecia que ia tudo bem, mas com 26 semanas de gestação a bolsa rompeu e ela estava com a pressão alterada. “O obstetra achou melhor realizar o parto e tenho que destacar sua paciência, Dr. Alexandre Ronzani, foi outro anjo em minha vida”, conta ela.

O médico explica o que houve com a paciente: “estes casos são muito difíceis.  Fazer conduta conservadora e tentar segurar a gestação ou interromper uma gestação que será de um prematuro extremo é uma decisão delicada. Pelo risco de infecção, a cesárea foi a opção.  Contar com uma UTI bem equipada e profissionais dedicados dão sempre mais tranquilidade para tomar uma decisão também extrema. E pela perda anterior, este era um feto muito precioso. Felizmente tivemos um final bem sucedido”, completa Ronzani.

Ela esperava que o bebê nascesse com pelo menos 800 gramas, como mostrava o ultrassom, mas o susto do baixo peso já começou a trazer grande desesperança à Rosária. “Minha recuperação já foi bem traumática, tive anemia, sangramento e dificuldades com o dreno, a pressão não baixou, precisei de medicação, tomografia e a alta foi só depois de sete dias. Mas o pior foi ver o Thomas na UTI”, conta ela.

Meus primeiros dias como “mãe de UTI” foram relativos. “Eu não conversava muito, estava muito triste, muito assustada e pela minha cabeça só passava que o pior aconteceria de novo. Com o passar do tempo, vivendo um dia de cada vez, tive muito apoio, em especial do plantão da noite. As enfermeiras foram meu refúgio, meu alívio, o que me ajudou, pois realmente me ampararam”. E acrescenta: “a equipe Neo é excelente, tudo o que acontecia com o Thomas, eles tinham como resolver, nada ficava sem fazer, tudo tinha uma solução. Todos os recursos foram usados, além da dedicação e do cuidado com o bebê”. E ela faz questão de citar o apoio do neonatologista Vitor Alvim – também coordenador da UTI Neo do Monte Sinai. “Ele foi mais que um médico, foi um amigo, que me deu a esperança de que sairia dali com meu filho”, ressalta.

Rosária acrescenta que depois que Thomas saiu do tubo, se acostumou com a rotina da equipe da UTI e passou a se sentir em casa dentro do Monte Sinai. Ela se mudou para uma pensão em frente ao Hospital, foi a todas as visitas, em todos os horários que podia, “não arredei o pé nestes três meses, só vim embora, quando tive ele nos braços para trazer para casa”.  E completa: “eu fui acolhida por muita gente, pelas outras mães, pelos médicos, enfermeiras, fisioterapeutas. Aí, foi muito gostoso, fui aprendendo a ser mãe do Thomas, fui me adaptando a cuidar dele, aprendendo a dar banho, a alimentá-lo… uma preparação, nos últimos dias, para vir para casa com ele.