Você sabe o que é Plástica Ocular?

A Cirurgia Plástica Ocular, ou tecnicamente oculoplástica, é uma área de atuação da Oftalmologia. Especialista nesta área, Drª Cristiana Ramalho explica os tipos mais comuns que englobam os procedimentos da área ocular, tanto estéticos quanto reparadores, e fala também de suas vantagens, aplicações e riscos. No Monte Sinai, a cirurgia é feita no Centro Cirúrgico Oftalmológico, dentro do bloco cirúrgico, em regime de hospital-dia.


Dermatocalaze – excesso de pele que, quando muito intenso, pode prejudicar a visão. A retirada do excesso de pele traz um benefício estético que dá leveza ao olhar e facilita a maquiagem.

Ptose palpebral – queda da pálpebra sem, necessariamente, excesso de pele. Uma característica conhecida por causa do jogador de futebol, Amaral. A técnica, ao contrario da dermatocalaze, não retira a pele, age sobre o músculo que eleva a pálpebra superior ( músculo levantador da pálpebra superior).

Tumor palpebral – toda a pele do organismo pode ser acometida por uma lesão tumoral, benigna ou maligna, e as pálpebras são um sítio comum de tumorações, pois a exposição solar é maior no rosto. É considerada cirurgia reparadora e necessita intervenção.

Ectrópio ou entrópio – quando a margem da pálpebra perde o posicionamento correto. A pálpebra vira para fora (ectrópio ) e resseca mais a superfície porque a oclusão do olho não fica normal. O tipo mais comum é o senil, pelo fato da pálpebra afrouxar e arquear de com a idade. Há também o cicatricial, por queimadura, cicatriz ou retirada de excesso de pele. O entrópio é mais desconfortável, porque a margem da pálpebra vira para dentro, e os cílios passam a tocar o globo ocular. Também pode ser senil, cicatricial e necessita correção para proteção do globo.

Normalmente o cirurgião oftalmológico com a formação especializada em Plástica ocular tem um domínio maior da área ocular, já que o fechamento incorreto interfere na funcionalidade da visão e do globo ocular.
A pálpebra é considerada um anexo ocular, uma parte complementar do olho e interfere na qualidade de visão. Um olho que não fecha bem no pós-operatório, repercute na qualidade da lágrima e da visão.

Risco

“Nenhuma cirurgia é sem risco”, lembra Dra. Cristiana. Mas a blefaroplastia tem alto índice de sucesso. As complicações mais temidas são o excesso de retirada de pele em que o olho não fecha bem; uma infecção que pode prejudicar a visão ou uma hemorragia que pode comprimir o nervo e causar cegueira.

Recuperação

A blefaroplastia tende a não ser dolorida, nem no pós-cirúrgico, mas a pálpebra é um tecido frouxo que tende a acumular líquido, incha muito e a área geralmente fica muito roxa, com hematoma ou equimose. O paciente espera uma melhora estética imediata na cirurgia, mas a recuperação precisa ser seguida e ter paciência”, lembra a especialista. A drenagem linfática pode ser recomendada para ajudar na recuperação mais acelerada.


Em 2018, a ANS retirou a cirurgia de dermatocalaze do rol da ANS, deixando de ter cobertura obrigatória pelos planos de saúde. Alguns se embasam nesta questão, outros avaliam o comprometimento da visão para liberação da cobertura.